MANIFESTO

Voltar para o Espaço Terra

Autora: Elisa Condez

Share on facebook
Share on google
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on whatsapp

Olá!
Bem-vindos ao Espaço terra.

Eu sou a Elisa e este é um espaço (nosso e vosso) onde queremos falar de sustentabilidade.

Mas como é que chegámos aqui?

Para vos explicar, tenho de recuar uns anos valentes…

A primeira profissão que me lembro de querer, com 4 ou 5 anos, era paleontóloga, simplesmente porque tinha um livro de dinossauros – eu sei, nunca ninguém ouviu uma criança dizer que queria ser paleontóloga. Como tratar de animais extintos não teria piada nenhuma, optei por querer ser veterinária. Digamos que toda a gente da família sempre me reconheceu o amor pelos animais e a preocupação com o planeta. Fascinavam-me os programas da “BBC – Vida Selvagem” ao domingo antes do almoço, cresci a ouvir na televisão as vozes inconfundíveis de Sir David Attenborough ou Eduardo Rêgo.

Por outro lado, a escola teve grande parte da “culpa” no que diz respeito à minha preocupação ambiental – e por isso, a todas as escolas e professores do meu percurso, estou muito grata. Um dia cheguei a casa e impus que começássemos a separar o lixo para a reciclagem, porque me ensinaram na escola que o devíamos fazer para proteger o planeta. A preocupação foi crescendo com a idade, à medida que fui percebendo, nas aulas de Física e Química e Biologia, que o futuro se pintava negro: a extinção iminente de espécies, a escassez de água potável, o buraco na camada de ozono, o consumo de combustíveis fósseis e o aquecimento global, etc. Tudo isto na altura me parecia extremamente assustador, apesar de não compreender na altura a real magnitude do problema. Fiquei ainda mais aterrorizada quando a minha tia me mostrou o documentário “An Inconvenient Truth” de Al Gore, devia eu ter uns 12 ou 13 anos.

Foi então que decidi que, quando fosse grande, queria salvar espécies em vias de extinção.

Na altura de entrar para a Universidade, por motivos que começo hoje a compreender, tomei uma decisão em nada coerente com os meus sonhos até então: escolhi estudar Medicina. E durante 9 anos achei que o meu trajecto estava traçado e bem resolvido. 

Terminei o curso, comecei a trabalhar. Vivi a pandemia na linha da frente e senti-me realmente útil. Eu sei que gosto e funciono bem em situações de crise.

Porém, no início de 2021, o stress provocado pelo trabalho, as exigências absurdas de um internato médico, misturados com o cansaço pandémico, conduziram-me a uma estrada intransitável: a do burnout. Não o reconheci a princípio, apesar da minha formação académica, e tive de procurar ajuda de um profissional de saúde mental para lidar com ele. 

Foi então que percebi que não, eu não estava bem resolvida.

Foi num tumulto de emoções que fui de férias para a Islândia, onde estive 3 semanas, completamente submergida na natureza pura e crua, entre um vulcão em erupção, glaciares em degelo… tudo me tirou o fôlego. E não sei o que foi, se foi a Islândia, se o livro que andava a ler, se a terapia, ou um conjunto de muitas coisas, mas durante esta viagem fui subitamente assolada por um pensamento: eu não estava no “sítio certo” nem a fazer a “coisa certa”. Nunca tinha reflectido muito sobre a decisão inesperada que tomei aos 18 anos e via-me, somente então, a concluir que tinha tomado uma decisão errada e não podia estar mais infeliz.

A minha preocupação com a questão ambiental nunca se apagou, intensificou-se até durante o tempo da Universidade, motivada pelo agravamento da crise climática e inspirada por jovens activistas como a Greta Thunberg. Em 2017, ainda na Universidade, decidi começar a adoptar hábitos mais sustentáveis – penso que a primeira coisa que comprei foi uma escova de dentes de bambu. A partir daí, foi uma mudança de cada vez e nunca mais consegui parar.

Sempre tentei mostrar aos outros que era possível mudarmos os nossos hábitos.

No trabalho, era gozada por beber café do meu copo reutilizável, mas isso não me desmoralizava. Teve precisamente o efeito contrário, porque meses mais tarde alguns dos meus colegas também já levavam o seu copo de café reutilizável.

Foi durante a pandemia que fui morar com o Cristian, o meu parceiro nesta aventura, e decidimos implementar um estilo de vida mais sustentável desde o início. Uma pequena mudança de cada vez e, quando demos conta, havia uma grande mudança na nossa casa e nas nossas vidas.

Hoje, posso não saber o que vou SER quando for grande, mas sei o que quero FAZER: salvar o planeta. Eu sei, nada poderia ser mais cliché e utópico, mas sempre foi, é e provavelmente será a minha força motriz.

As ideias surgiram-me em catadupa e, delas, nasceu o

Com o Espaço Terra, o nosso principal objectivo é educar para a sustentabilidade.

E para educar é preciso falar da crise climática, das suas possíveis soluções, mostrar que é possível combatê-los com a nossa acção individual, através de pequenas (grandes) mudanças na nossa vida diária. Naturalmente, estas mudanças implicam adoptarmos um consumo mais sustentável e com o menor impacto possível no planeta. Assim, este será não só um Espaço de aprendizagem, mas também uma loja, onde poderão encontrar soluções mais sustentáveis para a vossa vida diária.

Acreditamos que podemos deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos (é óbvio que sou escuteira, não é?). Mas precisamos uns dos outros, pois só aprendendo, mudando e evoluindo juntos podemos esperar salvar a única casa que temos: a nossa Terra.

pt_PTPortuguese